Entenda a importância do Media Training 4.0 para o seu negócio

Como tudo na comunicação, o media training também deve evoluir com a internet e suas possibilidades. Pensando nisso, o Portal Comunique-se promoveu uma live sobre Media Training 4.0, com o mestre em comunicação, Ricardo Nóbrega e o editor chefe do portal, Anderson Scardoelli.

Sabemos que todas as situações em que a organização precisa estar em contato com a mídia exigem uma preparação e estruturação para que a repercussão seja positiva. Nesses casos é realizado o media training ou o treinamento do porta-voz da empresa, tarefa que fica a cargo da assessoria de imprensa ou de comunicação.

No entanto, as mudanças na forma como as notícias são produzidas, a  criação dos próprios canais da marca e as possibilidades de visibilidade que a internet proporciona, vêm mudando muito esse cenário. Isso não quer dizer que o media training tradicional entrou em desuso, mas sim que ele deve evoluir e contemplar outros espaços além da imprensa convencional.

 

Mudança no cenário da comunicação

Uma das principais mudanças provocadas por esse cenário foi a existência de apenas um porta-voz preparado e orientado pela empresa. De certa forma, no contexto da internet podemos considerar os influenciadores da marca, os funcionários e até os fornecedores como porta-vozes dos valores e posicionamento da empresa. 

Por isso, um dos grandes erros de muitas empresas é pensar no media training apenas na hora da crise. Pois, na internet, os clientes conseguem se comunicar de forma mais direta com as empresas e qualquer reclamação, por menor que seja, pode se tornar uma bola de neve ou um grande incêndio em pouco tempo.

Dessa forma, não podemos deixar os consumidores sem resposta e não há muito tempo para o planejamento de todas as ações como na época em que as reclamações eram enviadas por cartas aos jornais e respondidas com muita cautela pelas organizações. Por essa razão, em qualquer sinal de crise devem ser tomadas atitudes de acordo com um plano de crise e um manual de conduta da empresa, previamente construídos. Mas para evitá-las, o caminho é estender o media training para todos os possíveis porta-vozes da empresa. Entenda como isso pode funcionar.

 

O que muda não são as regras, e sim até onde elas se aplicam

No media training tradicional os principais pontos abordados eram: a postura, o discurso, a apresentação pessoal, cenário (ou paisagem). E nos novos ambientes comunicacionais todas essas premissas permanecem. 

Um bom exemplo são as lives, que por mais que sejam realizadas de forma mais descontraída do que as entrevistas aos telejornais, necessitam de uma apresentação, boa postura e discurso coerente. Na quarentena vimos esse tipo de conteúdo explodir nas redes sociais, e com isso também surgiram memes e crises com as empresas e pessoas mais despreparadas.

Mas não é apenas nas comunicações oficiais da empresa que essas “regras” se aplicam, pelo contrário, muitos problemas chegam através de colaboradores e ou de representantes da marca.

 

Os novos porta-vozes

Atualmente não podemos descolar o perfil pessoal dos funcionários nas redes sociais da sua conduta na empresa, já que não são poucos os casos de pessoas que apresentaram comportamentos inadequados e foram diretamente associados à uma certa organização. 

Na pandemia, um casal que foi flagrado pelo fantástico durante a inspeção da vigilância sanitária aglomerando, enfrentou graves problemas e a empresa em que a mulher trabalhava, atraiu uma grande repercussão negativa e precisou demiti-la para que a sua imagem não fosse ainda mais afetada.

Além disso, as empresas também estão sendo cobradas pela postura dos influenciadores que contrata. Como no case negativo da Gabriela Pugliesi, que deu uma festa ainda no início da pandemia com a presença de muitas pessoas aglomeradas e ainda divulgou nas suas redes sociais. Ela perdeu patrocinadores e chegou a excluir a sua conta. Os patrocinadores, por sua vez, precisaram se manifestar provando que não compactuam com as atitudes da influenciadora.

E não para por aí! Os internautas estão sempre prontos para buscar incoerências. Geralmente suas escolhas pessoais não desrespeitam a sua empresa, mas se você é CEO da Xiaomi e usa um Iphone, sim. E esse caso não é apenas um exemplo, aconteceu de verdade.

Tudo que fazemos na internet deixa rastros, então não são somente as novas postagens que atrapalham, as antigas também podem causar grandes problemas. Alguns exemplos são figuras públicas que assumem um novo cargo e têm suas vidas vasculhadas na busca de algum deslize que pode rapidamente repercutir no ambiente online.

Diante de tudo isso, cobrar bom senso não é suficiente, é preciso orientar e demonstrar exemplos positivos e negativos, para evitar problemas. Então veja como criar um manual de conduta nas redes sociais.

 

Manual de conduta e social media training

Comece o manual reconhecendo a necessidade do uso responsável de mídias sociais, e falando dos potenciais benefícios profissionais, institucionais e sociais da atuação de seus empregados e colaboradores nesses meios.

Depois apresente orientações sobre o que não fazer nesses meios e também sobre atitudes que merecem atenção. Dê exemplos, coloque imagens e deixe o material o mais didático possível. Por fim, fale também das boas práticas e como o uso correto desses meios podem ajudar o porta-voz a se promover de forma positiva e também contribuir para o crescimento da empresa.

Se engana se você pensa que apenas o ambiente online pode ser prejudicial, é importante lembrar que sempre que uma certa pessoa é ligada a uma empresa, suas atitudes offline podem respingar na reputação da organização. Não deixe de mencionar isso no manual.

Além da comunicação, outras áreas da empresa devem contribuir para o manual. A jurídica, que deve analisar toda a base do manual de acordo com as políticas existentes na empresa e com a legislação trabalhista vigente. E os responsáveis pelos recursos humanos, que são responsáveis por humanizar as relações, também devem alertar para possíveis gatilhos de crises.

Deixe este manual acessível e envie sempre para os seus representantes, influenciadores, fornecedores e colaboradores. Faça com que ele seja conhecido e aplicado, mas de forma natural e progressiva. 

Mesmo depois de tudo isso, não há garantia de que as crises não vão acontecer. Então se ela acontecer, evite os principais erros: agir por impulso, não responder, tentar minimizar, tentar esconder, mentir, passar informações erradas, demorar para responder, apresentar uma versão sem provas, não dar treinamento, comentar em grupos do Whatsapp ou outros canais.

Se você precisa de ajuda para construir esse material, entre em contato e conheça nossos serviços. A Interface Comunicação tem 27 anos de experiência e é referência em assessoria de imprensa, produção de conteúdo, comunicação interna, planejamento e fortalecimento de marcas.

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