Como levar um negócio do mundo físico ao virtual em poucos dias

Em questão de semanas, a vida, como a conhecíamos até então, mudou. Tudo está diferente: a forma como trabalhamos, como nos relacionamos uns com os outros, como consumimos. Para conter a pandemia de Covid-19, tivemos de aderir ao isolamento social, medida que coloca em risco uma série de negócios. Principalmente, aqueles que não têm operações online.

Este cenário provocou uma corrida ao mundo virtual. Várias empresas, inclusive tradicionais, apenas com presença física, correram para colocar em pé seus e-commerces. Afinal, 55 milhões de pessoas fazem compras pela internet no Brasil regularmente, segundo o Ebit.

E a tendência é que, com a pandemia, esse número aumente de forma expressiva. Segundo dados recentes da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), algumas lojas virtuais registraram alta de mais de 180% em transações nas categorias de alimentos e saúde entre os dias 12 e 20 de março. Para outros segmentos, o crescimento médio no período era de 30%.

Um desses exemplos é a empresa de cosméticos naturais Arvensis, que anunciou seu e-commerce há menos de 10 dias. “O projeto já estava em andamento antes das medidas solicitadas pelo governo justamente para atender clientes de regiões fora dos grandes centros. Com a paralisação das lojas físicas, o comércio eletrônico tornou-se nosso principal canal de vendas no momento, e uma forma de continuar atendendo nossos consumidores”, explica Elisa Guedes, diretora de marketing da marca.

“Ainda estamos sentindo o impacto provocado por todas essas mudanças. Nossa expectativa era aumentar em 15% as vendas pelo canal. Evidente que tudo isso se inverte agora. Entendemos que com a normalização do varejo, nossas vendas no ponto de venda voltem a aumentar, mas acreditamos que a loja virtual irá atrair novos públicos para a marca e, possivelmente, pode crescer a estimativa inicial.”

Quem também antecipou o lançamento de sua plataforma digital foi a Softys, fabricante de produtos de higiene pessoal e limpeza de marcas como Elite, Sublime e Kitchen. Embora, neste caso, a medida não tenha sido adotada para resolver um problema econômico – já que os supermercados, os maiores clientes da empresa, continuam funcionando –, ela ajuda de outra maneira. “A venda online contribui para a diminuição da circulação nas ruas e evita que os consumidores estoquem produtos”, diz Leonardo Celeri, head de desenvolvimento de canais digitais da Softys.

O executivo explica que o e-commerce já estava em fase de testes com os colaboradores da empresa desde o início de fevereiro, mas diante das medidas para conter o contágio do novo coronavírus, a empresa decidiu antecipar o lançamento do serviço para o público em geral.

A boa notícia é que ingressar no mundo virtual não é nenhum bicho de sete cabeças. Dá pra fazer – rápido e com pouco investimento. A Forbes perguntou ao shark tank João Appolinário, fundador da Polishop, uma das maiores redes de varejo do país, que dicas ele daria para que negócios exclusivamente atuantes no mundo físico começassem a vender online durante a pandemia.

Fonte: https://forbes.com.br/negocios/2020/04/como-levar-um-negocio-do-mundo-fisico-ao-virtual-em-poucos-dias/

 

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