Qual é o papel do cidadão de Minas Gerais no contexto histórico e social que vivemos? Esta foi a questão debatida na sexta edição do Diálogos do Prêmio José Costa, que também celebrou os 84 anos do jornal Diário do Comércio. O encontro foi realizado no dia 19 de outubro e recebeu como convidados Lincoln Gonçalves, presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da Fiemg; Michele Arroyo, presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais; e Wagner Tameirão, gestor do Memorial Minas Gerais Vale. A vocação do estado foi um dos pontos-chave na discussão, que foi mediada pelo professor Raimundo Soares, diretor do Instituto Orior.

“Identidade é dinâmica e plural. Longe da ideia de linearidade, a identidade, a memória e o patrimônio são cíclicos. Eles se ressignificam a partir das novas realidades e com o surgimento de novos coletivos.” MICHELE ARROYO Presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais

“A gente não se valoriza como deveria e isso pode impactar nas nossas relações econômicas.” WAGNER TAMEIRÃO Gestor do Memorial Minas Gerais Vale

“Sempre quis saber de onde vem esse folclore de que não somos brigadores, mas conciliadores. A resposta li no livro 'O Segredo de Minas', de Amilcar Martins. Ele diz que Minas Gerais é tão fragmentado em sua base econômica e em seus interesses empresariais que nunca conseguiu um vetor político que fosse dominante, como economia cafeeira em São Paulo. E, a partir disso, o que os políticos fizeram? Se aproveitaram dessa fragmentação da base econômica e ‘nadaram de braçada’ para fazer os conchavos que lhes interessavam.” JOSÉ OSVALDO G. LASMAR Pesquisador da Fundação João Pinheiro (FJP)

“A política é do cidadão e é um direito sagrado. Temos que tirar a política dos políticos e devolver para as pessoas. Para isso é necessário educar os cidadãos e criar canais verticais de cidadania.” LINCOLN GONÇALVES Presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da Fiemg

“As visões diferentes ou olhares preferenciais do mundo devem continuar existindo, mas elas não podem se sobrepor à necessidade de compartilhamento, troca e diálogo, que dão base à democracia. Não tem saída sem conversa. Se tem conchavo em Minas Gerais, se existe aqui essa cultura de confabular, então vamos ter que colocar isso para fora e conversar sobre o que tem que ser conversado.” RAIMUNDO SOARES Diretor do Instituto Orior

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